Òké Aro!!!
Salve Oxóssi!
Salve as matas da Jurema, do Rompe Mato, do Mata Virgem de todos os caboclos.
A cabocla Jurema é uma entidade guia que chefia uma falange na Linha de Oxóssi.
Cultuada em todos os cultos afro-brasileiros, ajuda aqueles que necessitam dela com passes de cura e utilizando ervas e pontos riscados.
Dona Jurema, como também é chamada, é muito séria em seu trabalho na crosta terrestre, transmitindo coragem e energia e sempre orientando o consulente com palavras sábias e conforto para aqueles que sofrem.
No dia de hoje meu amor e homenagem à Senhora dos segredos das matas, do poder de cura das ervas e plantas.
Aquela que brilha com o sol e com a lua.
Agradeço a sua proteção, seus conselhos e sua ajuda.
Peço que esteja sempre comigo guiando os meu passos, me dando força e coragem para vencer os desafios de minha Alma no caminho da evolução.
Okê caboclos!
Axé!
Lenda da Cabocla Jurema.
O Sol girou mais uma vez em volta da Terra enquanto os raios da manhã tocaram na sua testa, a cabocla gritou: - Sou Jurema!!
E pulou do galho mais alto da árvore gigante e pareceu voar por entre os pássaros e outros seres alados da floresta; mergulhando no rio profundo; de onde emergiu, nadando com os botos que entendiam seu canto.
Cabocla, filha valente do caboclo Tupinambá.
Adotada pelo mundo, foi encontrada aos pés do arbusto da planta encantada que lhe deu o nome; e cresceu forte, bonita, como formosura da noite e firmeza do dia.
Corajosa tornou-se a primeira guerreira mulher da tribo, pois a sua força e agilidade e manejo das armas e da ciência da mata, se tornará uma lenda por todo continente; onde contadores de estórias, aos pés da fogueira, falavam da índia de pena dourada, que era a própria Mãe Divina encarnada.
Nada causava medo na Cabocla, até que um dia ela encontrou seu maior adversário; o amor. Jurema se apaixonou por um caboclo chamado Huascar, de uma tribo inimiga chamada Filhos do Sol, que fora preso numa batalha.
Os dias se passaram e o amor aumentava, pois, o pior de amar não é amar sozinho e sim amar em retorno, pois exige do amado, uma ação em prol do amor.
Pelo olhar o Caboclo Huascar dizia:
"Oh doce Cabocla
meu doce de cambucá
minha flor cheirosa de alfazema
tem pena deste caboclo
o que eu te peço é tão pouco
minha linda Cabocla Jurema
tem pena desse sofredor
que o mau destino condenou
me liberta dessa algema
me tira desse dilema
minha linda Cabocla Jurema"
Jurema que aprendera a resistir ao conto do boto, ao veneno da cascavel e da amadeira, já resistira bravamente a centenas de emboscadas e que sentia o cheiro à distância de ciladas, não conseguiu resistir ao amor que fluía do seu peito por aquele guerreiro.
Observando o Caboclo preso, ela viu nos olhos dele, as mil vidas que eles passaram juntos, viu seus filhos, o amor que os unia além da carne e percebeu que não foi por acaso, que ele fora o único caboclo capturado vivo, e decidiu libertá-lo, mesmo sabendo que seria expulsa da sua tribo.
Na fuga, seu próprio povo a perseguiu, e em meio a chuva de flechas voando na direção do caboclo fugitivo, foi Jurema que caiu, salvando o seu amado e recebendo a ponta da morte que era para ele, no seu próprio peito.
Conta a Lenda, que o Caboclo Huascar voltou a Terra do Sol e fundou um império nas montanhas andinas e mandou erguer um templo chamado Matchu Pitchu em homenagem a Jurema, onde, só as mulheres da tribo habitariam e lá aprenderiam a serem guerreiras como a mulher que salvara a sua vida.
No lugar onde a Jurema caiu, nasceu uma planta muito resistente que dá flor o ano inteiro, cujo formato exótico e o tom amarelo-alaranjado intenso chamou atenção de todas as tribos, pois tudo dessa planta poderia ser utilizado, desde as sementes, até as flores e o caule; e porque as flores dessa planta estão sempre viradas para o astro maior; ela ficou conhecida como Girassol.
@souzaelizabethdefatimaterapias
Cabocla, filha valente do caboclo Tupinambá.