A experiência de
sintonia com os seres do Universo é fantástica, maravilhosa, gratificante.
Muitas vezes,
nossos companheiros dos mundos mineral, vegetal e animal nos enviam mensagens,
passam informações importantes e não escutamos, pois ainda não abrimos
suficientemente nossos corações e mentes.
Quero compartilhar
com vocês uma experiência que vivi a alguns anos em Itaipuaçú, Niterói- RJ.
Caminhava por entre
as plantas numa estrada de terra quando algo me chamou atenção.
Olhei à minha volta
e nada vi.
Tentei continuar a
caminhada, mas não consegui. Andava alguns passos e sempre voltava ao ponto
onde recebi o chamado.
Lembrei das
palavras ditas por um amigo raizeiro: “Na mata não basta olhar, os olhos
precisam aprender a ver”.
Fechei então os
olhos físicos e abri os da mente e do coração, deixei o corpo me levar,
percorrendo o espaço.
Em determinado momento instintivamente me abaixei e toquei uma planta, abri os olhos e vi umas folhas largas que se alternavam umas sobre as outras e bem rasteiro no chão, no centro delas, um brilho. Emocionada afastei-as e, rente ao chão, sobre um frágil caule brilhava uma minúscula flor branca, com o miolo dourado reluzente, em frágeis estigmas que buscavam a luz. Estava escondia sob as folhas de outras plantas.
Em determinado momento instintivamente me abaixei e toquei uma planta, abri os olhos e vi umas folhas largas que se alternavam umas sobre as outras e bem rasteiro no chão, no centro delas, um brilho. Emocionada afastei-as e, rente ao chão, sobre um frágil caule brilhava uma minúscula flor branca, com o miolo dourado reluzente, em frágeis estigmas que buscavam a luz. Estava escondia sob as folhas de outras plantas.
Então escutei:
“Eu sou a
simplicidade. Para chegar a mim precisas retirar tudo o que me recobre. Quantas
vezes já me pisaste e nunca conseguiste me enxergar?”
Sentei-me
no chão e pensei: “Mas é tão frágil!”.
Quando a toquei
percebi que, apesar do caule fino, a raiz era incrivelmente forte para uma flor
tão delicada. Aliás, este é o maior fascínio das flores: todas são perfeitas em
sua singularidade, assim como cada um dos seres da Criação Divina.
Somos belos,
complementares e únicos em nossa missão pessoal. Estamos no tempo certo, no
lugar certo, na hora certa cumprindo aquilo que nos foi determinado ou
escolhido, de acordo com o que necessitamos aprender.
Quando vacilamos ou
nos desvirtuamos, o Universo nos presenteia com socorro imediato que pode vir
de muitas maneiras. Uma delas é através do apoio da Mãe Terra e seus inúmeros
filhos e filhas.
Naquele momento,
entendi que a busca pela simplicidade verdadeira depende de um intenso trabalho
que se inicia no olhar para dentro, no afastamento das influências externas,
dos preconceitos, do consumismo, das pressões diárias, da manipulação da
mídia, das expectativas dos outros.
Senti que quando
nos esquecemos de alimentar o nosso âmago nos afastamos de nossa essência.
Foi um momento
especial, aquele em que a flor da simplicidade conversava com a minha Alma.
Rapidamente voltei
para casa com o intuito de pegar o material para preparar a essência floral.
Euforia e uma crescente ansiedade tomavam conta de mim.
Ao chegar não achei
o vidro adequado, o conservante, perdi-me em outras coisas e quando percebi já
era tarde. Deixei, então, para voltar no dia seguinte.
Acordei com o
nascer do sol, preparei tudo e me pus a caminho.
Ao chegar ao local,
nada vi, meditei, andei, busquei, mas a flor não estava lá...
Compreendi que na véspera,
havia vivido o padrão negativo da flor, procrastinação, indolência,
complicação, julgamento.
Em vez de VIVER O
MOMENTO, planejei, organizei e reforcei o padrão de afastamento.
Não estava pronta!
De lá para cá muita
coisa aconteceu e a lembrança daquele momento nunca me abandonou, sendo uma
força no meu caminho de buscadora.
Algumas vezes
sonhei com a flor da simplicidade, ansiando pelo nosso reencontro.
Hoje sei que
preciso, nem que seja por um breve momento a cada dia, afastar-me do domínio da
mente inferior, aquela que julga, organiza, controla, regulamenta.
Preciso estar no
aqui e agora, acordar para o que realmente acontece à minha volta e religar com
o Universo.
Valorizar as
experiências reais, através da consciência corporal presente, sem influências
do passado e expectativas do futuro.
Mas para alcançar o
que se descortina preciso enfrentar o que temo, sabendo que é necessário
transmutar os padrões que ainda me aprisionam para realmente viver o PRESENTE.
A tragédia
acontecida em Nova Friburgo reforçou a lição recebida da flor:
Complicamos o que é simples, necessitamos menos do que consumimos.
Complicamos o que é simples, necessitamos menos do que consumimos.
Quem sabe agora ela
retorne ao meu caminho!
Espero desta vez
sem ansiedade, com esperança e gratidão.