Apresentação

“Compreender o mal não o cura, mas, sem dúvida alguma, ajuda. Afinal, é muito mais fácil lidar com uma dificuldade compreensível que com uma escuridão incompreensível.” – Carl Jung.

Olá.
Seja bem vindo(a).
Espero que goste.
Luz, Paz e Alegria sempre.
Elizabeth.

quarta-feira, 4 de julho de 2012

Em busca da simplicidade.




A experiência de sintonia com os seres do Universo é fantástica, maravilhosa, gratificante.
Muitas vezes, nossos companheiros dos mundos mineral, vegetal e animal nos enviam mensagens, passam informações importantes e não escutamos, pois ainda não abrimos suficientemente nossos corações e mentes.
Quero compartilhar com vocês uma experiência que vivi a alguns anos em Itaipuaçú, Niterói- RJ.
Caminhava por entre as plantas numa estrada de terra quando algo me chamou atenção.
Olhei à minha volta e nada vi.
Tentei continuar a caminhada, mas não consegui. Andava alguns passos e sempre voltava ao ponto onde recebi o chamado.
Lembrei das palavras ditas por um amigo raizeiro: “Na mata não basta olhar, os olhos precisam aprender a ver”.
Fechei então os olhos físicos e abri os da mente e do coração, deixei o corpo me levar, percorrendo o espaço. 

Em determinado momento instintivamente me abaixei e toquei uma planta, abri os olhos e vi umas folhas largas que se alternavam umas sobre as outras e bem rasteiro no chão, no centro delas, um brilho. Emocionada afastei-as e, rente ao chão, sobre um frágil caule brilhava uma minúscula flor branca, com o miolo dourado reluzente, em frágeis estigmas que buscavam a luz. Estava escondia sob as folhas de outras plantas.
Então escutei:
“Eu sou a simplicidade. Para chegar a mim precisas retirar tudo o que me recobre. Quantas vezes já me pisaste e nunca conseguiste me enxergar?”
Sentei-me no chão e pensei: “Mas é tão frágil!”.
Quando a toquei percebi que, apesar do caule fino, a raiz era incrivelmente forte para uma flor tão delicada. Aliás, este é o maior fascínio das flores: todas são perfeitas em sua singularidade, assim como cada um dos seres da Criação Divina.
Somos belos, complementares e únicos em nossa missão pessoal. Estamos no tempo certo, no lugar certo, na hora certa cumprindo aquilo que nos foi determinado ou escolhido, de acordo com o que necessitamos aprender.
Quando vacilamos ou nos desvirtuamos, o Universo nos presenteia com socorro imediato que pode vir de muitas maneiras. Uma delas é através do apoio da Mãe Terra e seus inúmeros filhos e filhas.
Naquele momento, entendi que a busca pela simplicidade verdadeira depende de um intenso trabalho que se inicia no olhar para dentro, no afastamento das influências externas, dos preconceitos, do consumismo, das pressões diárias, da manipulação da mídia, das expectativas dos outros.
Senti que quando nos esquecemos de alimentar o nosso âmago nos afastamos de nossa essência.
Foi um momento especial, aquele em que a flor da simplicidade conversava com a minha Alma.
Rapidamente voltei para casa com o intuito de pegar o material para preparar a essência floral. Euforia e uma crescente ansiedade tomavam conta de mim.
Ao chegar não achei o vidro adequado, o conservante, perdi-me em outras coisas e quando percebi já era tarde. Deixei, então, para voltar no dia seguinte.
Acordei com o nascer do sol, preparei tudo e me pus a caminho.
Ao chegar ao local, nada vi, meditei, andei, busquei, mas a flor não estava lá...
Compreendi que na véspera, havia vivido o padrão negativo da flor, procrastinação, indolência, complicação, julgamento.
Em vez de VIVER O MOMENTO, planejei, organizei e reforcei o padrão de afastamento.
Não estava pronta!
De lá para cá muita coisa aconteceu e a lembrança daquele momento nunca me abandonou, sendo uma força no meu caminho de buscadora.
Algumas vezes sonhei com a flor da simplicidade, ansiando pelo nosso reencontro. 
Hoje sei que preciso, nem que seja por um breve momento a cada dia, afastar-me do domínio da mente inferior, aquela que julga, organiza, controla, regulamenta.
Preciso estar no aqui e agora, acordar para o que realmente acontece à minha volta e religar com o Universo.
Valorizar as experiências reais, através da consciência corporal presente, sem influências do passado e expectativas do futuro.
Mas para alcançar o que se descortina preciso enfrentar o que temo, sabendo que é necessário transmutar os padrões que ainda me aprisionam para realmente viver o PRESENTE.
A tragédia acontecida em Nova Friburgo reforçou a lição recebida da flor: 

Complicamos o que é simples, necessitamos menos do que consumimos.
Quem sabe agora ela retorne ao meu caminho!
Espero desta vez sem ansiedade, com esperança e gratidão.



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